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06 maio

Natureza: Um Manifesto Não Humano

Mãe natureza, sentimos muito.
Você nos avisou muitas vezes.

Sentimos muito por sermos os piores filhos que uma mãe poderia ter.

Tragédia após tragédia,
e ainda não conseguimos ver.

Porque só temos olhos para nós.
Nossos bens.
Nossas casas.
Nosso trabalho.
Nossas famílias.
Nossa vida.
Nós.

Humanidade.
Esquecemos da única casa em que vivemos.
Somos um animal egoísta. E estúpido.
Mesmo sabendo que este planeta é o nosso único lar, destruímos a natureza dia após dia.
Cuspimos no chão da nossa casa todos os dias.

Natureza.
Deveríamos estar aproveitando seus presentes e suas paisagens deslumbrantes.
Deveríamos estar completamente maravilhados com a sua presença e com a nossa existência em suas terras.
Deveríamos estar olhando para você
com encanto,
perplexidade,
devoção
e admiração absolutos.

Extasiados em saber o quão especial é estar aqui com você.
Em casa.

Em um calmo lago límpido, vemos um espelho.
Em uma fresca floresta verde, vemos dinheiro.
Em um vasto horizonte azul, vemos o nosso potencial infinito.

Buscamos poder.
Buscamos dinheiro.
Buscamos status.

Você, como humano, pode dizer:
Ok, você é bom em apontar o dedo.
Claro que somos.

Talvez esse seja o nosso papel.
Ser baratas. Ratos. Vermes.
Uma praga para o mundo.

Em breve, vamos esquecer todo o caos climático.
Facilmente deixaremos de nos lembrar da nossa frágil existência.
Falharemos em lembrar que a natureza está no comando. E sempre estará.

Poderíamos ter um coração grato apenas por poder respirar o ar da terra.
Mas olhe para nós.
Estamos correndo em círculos.

Se pudesse, o que a natureza nos diria?
Não, ela não pode falar.
Ela não precisa.

A natureza nos mostra
o quão estúpidos,
pequenos
e fracos
nós, humanos, podemos ser.

Mãe, sentimos muito.
Mãe, sinto muito.
Mas alguns de nós não sentem.

Porque não podemos deixar de ser humanos.